Duas doenças são extremamente graves quando desenvolvidas nos pets. Mais do que a remédios, seus donos devem estar atentos aos sinais que os bichos podem apresentar. Às vezes pode ser tarde demais.
Entre 7 e 8 anos, os cães e gatos ficam mais vulneráveis aos problemas de artrites e artroses na coluna e em outras articulações, gerando incapacidades de diferentes níveis. Artrite é a inflamação de uma articulação, cuja crise tende a desaparecer com o uso de medicação. Já a artrose é uma articulação afetada cronicamente, uma artrite que permanece e sempre piora. Trata-se de uma doença progressiva. A medicação melhora os sintomas, desinflamando e tirando a dor, mas não cura.
Diferentes fatores podem causar artrite (inflamação tênue) ou artrose (crônica) em cachorros e gatos. Exercícios com movimentos bruscos, quedas, atropelamentos, tendência genética e obesidade devem ser motivo de preocupação e atenção dos donos.
“Os principais sintomas são redução da habilidade motora, dificuldade para subir e/ou descer de móveis e escadas e também para se levantar, além de dores e inchaço nas articulações. À medida que a doença evolui, o animal passa a se locomover mais lentamente e chega a mancar apos exercícios e caminhadas”, explica a médica-veterinária Dra. Rubia Burnier.
O surgimento da doença
As artrites e artroses podem aparecer em qualquer articulação: nas coxofemorais (entre as coxas e a bacia), nos cotovelos e joelhos e até nos pulsos. As mais sérias, porém, são as artrites da coluna. Por causa da posição horizontal do animal, as artroses se manifestam pela formação de bicos de papagaio nas bordas das articulações entre as vértebras, provocando dor intensa.
"Conforme o animal envelhece, seu corpo entra num processo de degeneração progressiva e começam a surgir doenças articulares e de coluna, afetando principalmente sua autonomia e sua qualidade de vida. O estresse gerado pela dor pode alterar o comportamento, modificar o humor e a tolerância do animal, tornando-o reativo e avesso a situações que antes não incomodavam. A perda da mobilidade força o bicho a mudar seus hábitos, tornando-o mais limitado e dependente", diz Rubia.
Na coluna, o grau máximo das artroses — chamadas de espondilite — é quando ocorre a fusão das vértebras pela ossificação das articulações, causando rigidez na coluna. O problema é mais frequente e grave nos gatos, que têm uma atividade atlética maior que a dos cães. Os remédios quase não surtem efeito nos casos de espondilite e muitas vezes o animal tem de ser sacrificado, porque não tem condições de se movimentar e o sofrimento é intolerável.
Cães de pequeno porte, como poodle, maltês, pinscher e yorkshire, são mais frágeis e têm predisposição ao problema por terem a musculatura e os ossos mais delicados.
Raças de grande porte, como labrador e pastor-alemão, também são geneticamente propensos, principalmente se tiverem hábitos sedentários, pois tendem a ser pesados, o que força as articulações.
Mas não é só a raça que determina o surgimento da doença. Obesidade e fraturas não tratadas corretamente podem gerar uma artrose a longo prazo.
Tratamento e prevenção
Não existe um meio eficaz de se prevenir a artrite ou artrose nos animais. Alguns cuidados, porém, contribuem para que esses problemas não venham a se manifestar em seu grau extremo. Primeiramente deve-se cuidar para que o pet não engorde demais. O peso excessivo acentua a carga sobre as articulações. Também é preciso respeitar o ritmo de cada animal, não o forçando a fazer exercícios além de sua capacidade.
O dono deve ficar atento à locomoção do animal. A qualquer sinal de dificuldade, o pet deve ser levado ao veterinário, para fazer um exame minucioso. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais lenta será a sua evolução e menor será o sofrimento do bicho.
Se o cão ou o gato andam devagar, têm dificuldade para se levantar, se deitam com muito cuidado, como que “ajeitando” a dor, ou mancam, eles podem estar sofrendo uma crise de artrite ou artrose.
Casos de compressão dos nervos emergentes da coluna podem levar à paralisia nas patas traseiras, fazendo com que o animal quase não consiga se levantar.
Rubia finaliza explicando que “nos quadros agudos (inflamação local, dor, inchaço e claudicação) o tratamento inclui analgésicos potentes, anti-inflamatórios, condroprotetores, compressas frias e repouso. É necessário proteger o estômago do animal durante o tratamento com omeprazol ou ranitidina. Depois da fase inicial, que dura em média 7 a 10 dias, é recomendado manter os condroprotetores (colágeno e condroitina) e iniciar as sessões de acupuntura para aliviar a dor e controlar a inflamação local. Fisioterapia e exercícios leves facilitam os movimentos e ajudam a preservar o tônus muscular”.
Dra. Rubia Burnier - CRMV n.º 05870 - é formada em Medicina Veterinária pela UNIFENAS-MG. Trabalhou nos primeiros anos de sua carreira com animais de pequeno, médio e grande porte. Hoje se dedica exclusivamente à clínica de cães e gatos, e também atua como terapeuta comportamental.
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